Desde a manhã da terça-feira (14), lideranças, educadoras e educadores indígenas do Pará, das etnias Borari, Munduruku, Tembé, Xikrim e Arapium, ocupam a sede da Secretaria de Educação do Estado do Pará (SEDUC) pela revogação da Lei 10.820/24, aprovada no final de 2024, que gerou inúmeros retrocessos ao magistério estadual, inclusive com o fechamento de turmas no Sistema de Organização Modular de Ensino (Some), impactando diretamente a educação escolar de povos originários.
Os indígenas criticam a medida instituída pelo Governo Helder Barbalho que substitui o ensino presencial por aulas na modalidade remota, sem nenhum respeito à diversidade cultural e linguística dos povos tradicionais, e sem considerar as dificuldades de acesso à tecnologia e à internet ou até mesmo à energia elétrica.
Além da suspensão da nova metodologia de ensino, também pedem a exoneração imediata do atual secretário da educação do Pará, Rossieli Soares, e reivindicam melhorias tanto para profissionais da educação quanto para estudantes, tais como estruturas adequadas nas comunidades e remuneração digna.
Greve
Sem qualquer anúncio de recuo por parte do Governo Helder Barbalho em relação aos ataques à educação, após assembleia realizada nesta quinta-feira (16), convocada pelo Sindicato das Trabalhadoras e dos Trabalhadores da Educação Pública do Pará (Sintepp), a categoria decidiu entrar em greve a partir do dia 23 de janeiro.
O SINASEFE IFPA, CTRB e CIABA se soma ao levante das educadoras e educadores da rede pública do Pará e manifesta total apoio à justa luta contra o desmonte da educação, a retirada de direitos históricos e a precarização do serviço público prestado sobretudo à população que mais necessita.
Toda solidariedade à ocupação da SEDUC pelos povos originários em luta por garantias à educação indígena, étnica e multicultural! Helder, respeite a educação!
Foto: Marcos Barbosa
